GT 9.1 Impactos turísticos: mega‐eventos, seguridad y movilidad corporativa

Autor/a
Elizabeth Kyoko Wada

Os megaeventos esportivos criam fluxos de viajantes nacionais e internacionais com diferentes objetivos e perfis: atletas e equipes técnicas; dirigentes e representantes de organismos ligados às modalidades do evento; familiares e amigos dos atletas; torcedores e amantes de esportes; patrocinadores e convidados dos mesmos; participantes de grupos de incentivo que ganharam o direito de comparecer; imprensa; equipes técnicas de transmissão, audiovisual, instalação de equipamentos; pesquisadores de áreas afins à realização do encontro; artistas e profissionais de entretenimento que trabalham nos eventos paralelos, como as fanfests; autoridades e comitivas dos países dos atletas; manifestantes de causas diversas, enfim, há vários segmentos de Turismo a serem atendidos quando da realização de campeonatos mundiais de modalidades populares como o futebol ou encontros como as Olimpíadas e Paraolimpíadas. No Brasil, eventos recentes como a Copa do Mundo em 2014, a realização anual da Fórmula 1, os Jogos Militares, a proximidade de Rio 2016 e mesmo eventos que não são ligados a esportes como a Jornada Mundial da Juventude permitem levantar a problemática: Por que a comunidade local brasileira, considerada hospitaleira em seu cotidiano, não consegue transpor essa característica para sua atuação profissional na recepção de visitantes nacionais e estrangeiros? As proposições a considerar são: (P1) Apesar de representar um stakeholder primário, a comunidade local carece de legitimidade, urgência e poder em sua inserção nas decisões de ações de Turismo em megaeventos; (P2) A população local não se sente inserida no megaevento, ou seja, não se estabelece uma relação de hospitalidade entre os entes organizadores e a comunidade local; (P3) O Japão, em contrapartida, ao resgatar o conceito de omotenashi (espírito japonês da hospitalidade) como principal conceito para a escolha como sede para as Olimpíadas 2020, trouxe a comunidade local como principal atrativo para os visitantes daquele megaevento. A presente pesquisa objetiva compreender as relações de hospitalidade e hostilidade da comunidade local e visitantes durante a realização dos megaeventos Copa 2014 (dados coletados) e Olimpíadas 2016, bem como a proposta do Japão e as aplicações do conceito de omotenashi como elemento de competitividade daquela nação. Os procedimentos metodológicos são o levantamento bibliográfico em português, inglês e espanhol, de artigos em periódicos publicados entre 2010 e 2016; categorização para acompanhamento e sistematização de notícias nos portais Uol e G1 durante o período de realização das Olimpíadas 2016, replicando método utilizado em pesquisa durante a Copa 2014 e discussão de resultados à luz da literatura encontrada, confrontando com os relatos sobre a adoção de omotenashi, no Japão.

Palabras clave: Megaeventos, hospitalidade, hostilidade, stakeholders, omotenashi.